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DATAS COMEMORATIVAS

Dia Nacional do Teatro: visão, sensibilidade e interpretação

Por Virgínia Magrin | Publicado: Sábado, 18 de Setembro de 2021, 23h24 | Última atualização em Segunda, 20 de Setembro de 2021, 00h18

“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia”, já dizia o ator francês, Jean Barrault. E ele não estava errado! No dia 19 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Teatro, uma das manifestações artísticas mais antigas da humanidade, já esteve ligada aos rituais religiosos, à comunicação por meio de imitações, entre outros elementos, até chegar na valorização do ato como entretenimento e formas expressão de uma infinidade de sentimentos, percepções e recortes da realidade.

Ao longo dos anos a arte se profissionalizou com cursos livres, técnicos e a própria licenciatura em Teatro, como a oferecida pela UFT, que possui uma ampla formação cultural, artística e pedagógica capaz de conduzir processos de criação, apreciação e valorização das artes em espaços formais e não formais de ensino, contribuindo para o desenvolvimento artístico cultural da região e do país. Para se ter uma ideia, o profissional de Teatro pode atuar em grupos teatrais, produtoras culturais, televisão, cinema, espaços culturais, ONGS, pontos de cultura, além do campo da instituição escolar.

O artista

Tales Victor Pontes Monteiro é egresso do curso de Teatro da UFT e um apaixonado pela arte. Desde criança ele fez teatro na escola, seus pais o colocaram não para vencer a timidez, como muitos fazem, mas pelo fato dele ser bem expansivo. “O teatro me ajudou quando criança a entender o meu lugar, o respeito pelas outras pessoas”, explicou ele. Desde então a paixão só cresceu, em 2010 ele se formou em um curso técnico de interpretação de ator pela Fundação das Artes de São Caetano de Sul, em seguida veio para o Tocantins lecionar na rede pública na área de artes, onde imediatamente começou a estudar na UFT e formou-se em Teatro no ano de 2016.

Em Palmas além de atuar em filmes e peças, começou a trabalhar como produtor cultural e em 2016 abriu sua própria empresa, uma produtora cultural. Só este ano sua empresa está cuidando de mais de 32 projetos culturais em todo o Tocantins. “O grande diferencial do meu trabalho é que eu tento sempre trazer o lado educativo das artes. Os projetos que faço e ajudo executar sempre tem o lado educativo e acessível para as pessoas verem e participarem, isso eu não abro mão, pois acredito que é possível fazer educação em toda e qualquer ação nossa”, garante Monteiro.

Perguntamos para Monteiro o que era ser artista pra ele: “Artista é aquela pessoa que enxerga o que as outras pessoas não enxergam, aquela pessoa que olha para o que é sensível, para o que é diferente e consegue olhar aquilo dentro de um contexto muito mais ampliado. Artista é aquela pessoa que conecta fatos, registros, informações e dados de uma forma intuitiva e transforma esse caldeirão de informações em uma abstração, em uma matéria artística, em um objeto artístico e em um respiro artístico que pode ser uma performance, uma peça, uma música, uma poesia, pode ser um olhar, um gesto”.

Contribuição cenário local

Essa visão ampla tem contribuído para o cenário cultura local. Monteiro inclusive destaca dois pontos que ele considera principais nessa influência que emana do curso de Teatro da UFT. Primeiro o próprio estabelecimento do curso de artes em 2009, que atraiu profissionais gabaritados na área que não tinha antes no Tocantins. “Os professores que vieram lecionar na UFT, com suas formações artísticas, eles, por si só, criaram um impacto na cena cultural local. Eles trouxeram outras visões que não existiam antes na cena artística do Tocantins e de Palmas e só a existência deles já transformaram essa cena em uma perspectiva estética”, afirmou o artista.

Outra contribuição, na avaliação de Monteiro, é a entrada dos novos profissionais no ambiente escolar formal, sejam em escolas municipais, estaduais ou particulares. “Esses alunos vão para sala de aula lidar com a educação básica, levando as experiências passadas na universidade, os experimentos didáticos, cênicos, as teorias de educação artística e passam a influenciar a educação básica neste sentido. Esses profissionais formados levam essas experiências para os seus alunos. Essa identificação do que é cultura, a leitura da sensibilização artística, o ensino das ferramentas necessárias para a leitura das artes, tudo isso é uma gigantesca contribuição. Depois de 30 anos, finalmente, estamos tendo profissionais formados na área de artes no Tocantins”, comemora Monteiro. A UFT também tem atraído alunos do interior, que se forma em Palmas e voltam para as suas cidades de origem levando transformação.

Desafio

Há muitos motivos para comemorar sim, os profissionais de arte estão se espalhando por escolas, principalmente as públicas, mas também há desafios a serem enfrentados na área. Para Monteiro, empresas e escolas – principalmente as particulares - ainda precisam entender a importância de se ter a educação artística de forma apropriada. “O que vemos hoje são profissionais de outras áreas que precisam complementar sua carga horária com a educação artística, sem a formação devida”, pondera Monteiro.

Para ele, esse tipo de atitude gera 12 anos de estudo perdido, pois a criança sai do ensino médio sem a capacidade de leitura de uma música, de um quadro artístico, de compreensão e contextualização crítica, entre outras habilidades que só um profissional de artes, com seu estudo e técnicas é capaz de aguçar nos alunos.

Conheça mais sobre o curso de Teatro da UFT clicando aqui

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