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Mestranda da UFT desenvolve estudo sobre ecologia reprodutiva do jacaré-açu no Tocantins

Por João Bertuzzo (supervisão: Giovanna Adelle)/Terra da Gente | Edição e revisão: Gihane Scaravonatti/Sucom UFT | Publicado: Sexta, 09 de Fevereiro de 2024, 10h56 | Última atualização em Sexta, 09 de Fevereiro de 2024, 14h12

Pesquisa é a primeira, no estado, envolvendo a caracterização dos locais de nidificação e aspectos reprodutivos do animal

Formada em 2008 pela Universidade de Franca (UNIFRAN), Barthira Rezende de Oliveira já acumula mais de 15 anos na biologia, dez somente como herpetóloga. Já tentou outras áreas, como entomologia e genética, mas foi com os répteis e anfíbios que encontrou sua paixão.

Aos 36 anos, a herpetóloga desenvolve seu projeto de mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ecologia e Conservação (PPGBEC) da Universidade Federal do Tocantins (UFT) relacionado à ecologia reprodutiva da espécie jacaré-açu (Melanosuchus niger). O trabalho é o primeiro a estudar a reprodução específica do animal no estado.

A pesquisa vem sendo desenvolvida no Centro de Pesquisa Canguçu UFT, localizado em frente a maior ilha fluvial do mundo, a Ilha do Bananal, no Parque Nacional do Araguaia. O local é área de transição entre os biomas Cerrado e Amazônia.

Ecologia reprodutiva

A ecologia reprodutiva envolve questões diversas: estudo dos padrões de reprodução e comportamentos relacionados, época de procriação, locais de nidificação e incubação de ovos, cuidados parentais e outras. No projeto, o foco está na caracterização dos locais de nidificação e aspectos reprodutivos do jacaré-açu.

“Infelizmente, as informações sobre a espécie na região do Parque Nacional do Araguaia são bem escassas. Por isso, estou desenvolvendo esse projeto sobre a caracterização dos locais de nidificação e aspectos reprodutivos do jacaré-açu na região", comenta Barthira.

"Em outras regiões da Amazônia, já existe conhecimento a respeito da ecologia reprodutiva da espécie, mas no estado do Tocantins, não. É uma área de importância ecológica altíssima, além de ser um sítio Ramsar, zona úmida de importância ecológica internacional. Com esse estudo, espero contribuir com o conhecimento sobre a espécie na região, além de auxiliar no desenvolvimento de estratégias de conservação dos jacarés”, afirma a bióloga.

Barthira explica que o projeto auxiliará no desenvolvimento de estratégias de conservação da espécie, como planos de manejo e definição de áreas prioritárias dentro de unidades de conservação. Paralelo à pesquisa, realizará também estudos complementares, como censos populacionais, que ajudam a identificar a situação da estrutura etária da população de crocodilianos na região.

“Quando encontramos um ninho, anotamos as características do ambiente, fazemos a biometria dele e dos ovos. Tentamos coletar o máximo de informações possíveis para nos auxiliar tanto nas análises quanto no entendimento da espécie com o ambiente em que ela vive”, relata ela.

“Os crocodilianos têm uma taxa aproximada de 1% de filhotes que chegam à fase adulta. Então, nem todos os ovos eclodem, existe predação dos ninhos por outros animais e, também, pelo ser humano. Nós acompanhamos o desenvolvimento do embrião por meses. Chegar ao ambiente e encontrar sinais de eclosão é algo gratificante”, finaliza.

Carreira de herpetóloga

Além de desenvolver esse projeto, a herpetóloga atua em consultoria ambiental, o que a permite ter contato com outros grupos que englobam a herpetofauna (como anuros, quelônios e serpentes) e realizar levantamentos e monitoramentos desse grupo.

Barthira também faz parte de alguns projetos de pesquisa que são desenvolvidos no Laboratório de Caracterização de Impactos Ambientais (LCIA), na UFT.

“Eu tomei a frente de fazer o projeto nessa área, e espero abrir portas para outros trabalhos, de outras pessoas. O sentimento é como uma quebra de barreiras. Uma mulher fazendo esse tipo de trabalho dá uma força”, explica a herpetóloga.

“Temos poucas mulheres no campo, principalmente na conservação de crocodilianos. Infelizmente, o caminho para mulheres na ciência sempre foi difícil. Hoje, faço parte de importantes grupos de especialistas no assunto, tento divulgar que é possível ser mulher e trabalhar com esses animais, e espero inspirar outras para que elas entendam que a herpetologia também é para mulheres”, finaliza.

Canguçu Ciência: um bate-papo com Barthira Oliveira sobre o jacaré-açu

A herpetóloga e mestranda do PPGBEC UFT esteve, ano passado, no programa de rádio Canguçu Ciência (UFT FM 96,9), falando sobre o papel e a importância das mulheres na Ciência e, claro, sobre os fascinantes jacarés-açus.

Confira curiosidades e informações muito interessantes sobre a espécie, num bate-papo entre Barthira e o coordenador do Canguçu, o professor Renato Pinheiro.

Siga o Canguçu no Instagram e no Spotify para conhecer todas as pesquisas desenvolvidas no observatório científico da UFT. 

 

 

 

 

 

 

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