Palmas: A atuação das mulheres no espaço público é tema de cine debate
"A atuação das mulheres do espaço público" foi o tema de um cine debate realizado na última segunda-feira (30) por alunos da disciplina do Seminário II do curso de Direito. O evento contou com cerca de 100 participantes, entre acadêmicos de outros cursos e universidades, e utilizou o filme "As Sufragistas" para promover o debate. O longa retrata os primórdios dos movimentos feministas no Reino Unido, que na época lutava pelo direito de voto.
Membro da organização do debate, Rebeca Lourenço, conta que a escolha para o tema surgiu no projeto de pesquisa da matéria Seminário I. "Todos os membros do grupo têm interesse e se envolvem na temática, portanto, foi fácil escolhermos e aproveitamos o lançamento do filme, que foi ao encontro do que estávamos propondo." conta Rebeca. A estudante considera essencial dar visbilidade ao tema, já que mesmo após um século a mulher ainda é vítima de discriminação e violência. "Ainda existe uma grande distância entre o princípio e a prática da igualdade na nossa sociedade", explica.
Sua perspectiva se completa com a fala do acadêmico de direito, Guilherme Guimarães, que também participou do evento. Ele reforça que o debate foi bastante enriquecedor. "Um dos pontos que mais me chamou atenção, pois desconhecia, foi a questão levantada pela professora de arquitetura e urbanismo, que trouxe um debate acerca das mulheres no espaço urbano e como as cidades são despreparadas para receber as mesmas", ressalta Guimarães, a respeito das colocações realizadas pela professora do curso de arquitetura, Patrícia Orfila. "Essa informação possibilitou toda uma reflexão desde nossas casas ao espaço público, e isso foi um momento bastante interdisciplinar".
No Brasil, o direito da mulher ao voto só foi alcançado em 1932, menos de 100 anos atrás. "Essa transição da mulher do ambiente doméstico para o público se deu de forma lenta e muito recente", explica Orfila. Durante o evento, ela apresentou um material que fala sobre o espaço da mulher dentro da arquitetura, incluindo a relação dela com a casa."Do lar" foi visto como o lugar da mulher ao longo dos anos, enquanto os ambientes urbanos, e a criação destes, ficavam a cargo do homem. Sobre isso, sua conclusão é clara: "o movimento feminista, em todas as suas versões, precisa ressignificar a construção de nossas cidades, para a produção de um espaço sem gênero e nem ordem patriarcal, um espaço sem hierarquias, horizontal, que evidencie as diferenças e não as desigualdades", finaliza.
Redes Sociais