Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Últimas Notícias > Pesquisas da UFT apresentam propostas de argamassa para regiões quentes e secas
Início do conteúdo da página
Unitec 2019

Pesquisas da UFT apresentam propostas de argamassa para regiões quentes e secas

Escrito por Virgínia Magrin/ Revisão: Paulo Aires | Publicado: Jueves, 03 Octubre 2019 10:17 | Última actualización: Jueves, 03 Octubre 2019 15:52
Um dos produtos usa resíduos da palha e o outro do beneficiamento da carne do crustáceo comercializada por cooperativas da região norte do país

A Universidade Federal do Tocantins está expondo na II Feira Tecnológica Universidade e Empresa (Unitec) mais de 20 produtos e serviços, entre eles estão duas tecnologias ligadas à construção civil. As pesquisas reaproveitam resíduos que seriam descartados para produzir argamassa e concretos adaptados para regiões quentes e secas, como a do Tocantins.

Beneficiamento da casca do arroz

Adão Lincon Bezerra, professor do curso de Engenharia Civil, da UFT, tem usado a palha de arroz, material próprio do estado que é um grande produtor do grão, para obter sílica ativa. A sílica ativa nada mais é que um aditivo muito utilizado na construção civil para reduzir calor de hidratação e melhorar a resistência de produtos como o concreto e a argamassa.

“Por conta da temperatura do estado, esse calor de hidratação acaba sendo um fator importante, pois quando você adiciona água no concreto há um aquecimento, uma liberação de calor. Reduzir esse calor melhora várias propriedades, entre elas a resistência do concreto”, esclarece Bezerra. Além disso, quando você adiciona a sílica ativa, você consegue reduzir a quantidade de um dos componentes mais caros do concreto, o cimento, diminuindo o custo do produto.

Bezerra destaca que essa tecnologia é interessante para a região e que ela pode ser usada em sistemas de aquecimento que já estão disponíveis para cerâmicas do nosso estado.

Bezerra usa a palha de arroz para reduzir custos do concreto e melhorar seu uso nas regiões quentes e úmidas  (Foto: Virgínia Magrin)

 
Argamassa com crustáceo

A argamassa especial, também conhecida como argamassa ecológica ou argamassa verde, tem a capacidade de reter água nas primeiras horas após o seu preparo, aumentando o tempo de solidificação, o endurecimento e a própria resistência à compreensão do material. O produto foi desenvolvido e está sendo estudado pelo professor do curso de Engenharia Civil da UFT, Roldão Pimentel de Araújo Júnior, junto com os professores José Expedito Cavalcante da Silva, Adão Lincon Bezerra Montel e Sergio Donizeti Ascêncio.

O diferencial desta argamassa foi comprovado em resultados experimentais, onde foram constatados melhorias em propriedades importantes, como: ganho no tempo de pega do cimento, além do aumento da resistência à compressão aos 28 dias. Roldão Júnior explica que todas essas características encontradas, são desejáveis em argamassas com aplicações em regiões quentes e secas, ou em situação que requer maior tempo de trabalhabilidade, com um menor consumo de cimento, permitindo assim, prazos superiores até o início do endurecimento.

O produto é um composto de cimento Portland (CPII F-40) e aditivo, produzido a partir das cascas do caranguejo-uçá (Ucides Cordatus). Essas cascas são resíduos do beneficiamento da carne do crustáceo, que é comercializada por cooperativas da região norte do país. “O composto é indicado para o setor da construção civil, como material base na produção de argamassas específicas como, assentamento de bloco cerâmico e azulejo, e revestimento de alvenaria”, explica Roldão Júnior.

E como essa argamassa funciona na prática? Roldão explica que nesta argamassa contém um compósito produzido a partir das cascas de caranguejo, que em sua cadeia molecular possui grupos hidrofílicos que tem a capacidade de fazer ligações com hidrogênio, e, desta maneira consegue reter água por mais tempo.

Professor Roldão apresenta argamassa ecológica festa através do reaproveitamento de resíduos do caranguejo (Foto: Virgínia Magrin)

Como ter acesso a essas tecnologias?

O primeiro passo é manifestar o interesse de fazer um termo de cooperação, uma parceria com a UFT. Em seguida é estudada a melhor forma de produção ou de transferência de tecnologia. Para isso, basta procurar os professores/pesquisadores, ou o Núcleo de Inovação Tecnológica da instituição.

Unitec

A Unitec reúne instituições de ensino superior de Palmas que, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) visa aproximar a academia e as pesquisas e trabalhos acadêmicos produzidos dos setores produtivos (industriais, de serviços e comerciais). A II Unitec integra o Arena do Conhecimento, organizado pelo Sebrae, que ocorre no mesmo período. Além da UFT, participam da Unitec a Universidade do Tocantins (Unitins), o Instituto Federal (IFTO) e o Centro Universitário Luterano de Palmas (Ceulp/Ulbra).

registrado em:
Fim do conteúdo da página