A médica Natália de Lima Alves já faz parte da história do Hospital de Doenças Tropicais da Universidade Federal do Tocantins (HDT-UFT); a profissional inaugurou os Programas de Residência Médica como primeira aluna da especialização em Medicina da Família e Comunidade; obteve o primeiro título de especialista expedido pelo HDT-UFT e após ser aprovada em concurso público, a médica retorna ao hospital como integrante do corpo clínico efetivo. A instituição faz parte da Rede da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), e oferta atendimentos especializado em doenças infectocontagiosas e parasitárias.

O superintendente, José Pereira Guimarães Neto, lembra da trajetória do hospital e do grande desafio em transformá-lo em hospital-escola após a federalização, mantendo o perfil assistencial, a humanização no atendimento e incluindo a formação profissional do aluno. “Neste contexto, todo o corpo clínico e administrativo foi renovado por meio de concurso público realizado pela Ebserh, porém, muitas vagas de especialidades médicas específicas não foram preenchidas, foi quando a gestão ousou em implantar os programas de residência em um curto período de tempo”.

Para Guimarães Neto, receber a primeira egressa no quadro efetivo é um acontecimento digno de comemoração, pois significa a consolidação do primeiro hospital universitário do Estado. “Este é o primeiro fruto de muitos que virão por meio da oferta de um ensino qualificado e que possibilita a fixação dos médicos a fim de prestarem assistência em saúde para a população de nossa região, além disso, vale ressaltar que a inserção dos médicos residentes contribuiu significativamente no atendimento da demanda reprimida”, conclui.

A médica falou sobre sua conquista profissional. “Fiquei feliz em fazer parte do corpo clínico da instituição em que eu tanto cresci profissionalmente! Quando entrei como primeira médica residente alguns anos atrás, já imaginava o potencial de assistência do HDT-UFT. Voltar à instituição como especialista formada no próprio hospital, ver a expansão de serviços prestados à população e a oferta de novos programas de residência médica, deixou-me orgulhosa por fazer parte do processo inicial e tive a certeza que superar os desafios valeram a pena. Após um ano longe, realizando novos desafios, fiquei surpresa com tantas melhorias”, enfatizou Natália.

O gerente de Ensino e Pesquisa, Antônio de Oliveira dos Santos Júnior, destaca que depois da Natália, o Programa de Residência Médica em Medicina da Família e Comunidade formou a médica Juliana Jabor, que também atua nos equipamentos de saúde da cidade; e a médica Rossio Camacho que se forma em outubro, foi aprovada em concurso para professora efetiva da UFT. 

“Por meio da Comissão de Residência Médica (Coreme), conseguimos implantar mais cinco programas: Clínica Médica, Infectologia, Pediatria, Oftalmologia e Medicina intensiva pediátrica, na qual temos duas turmas em formação, e logo teremos novos especialistas”, disse o gerente, lembrando ainda que está em processo de implantação o Programa de Residência Multiprofissional, que pretende ofertar vagas na área da enfermagem, nutrição e psicologia. 

“A Comissão de Residência Multiprofissional de Saúde (Coremu) submeteu proposta no Edital do Ministério da Educação (MEC), no final de 2018, e aguarda visita técnica de avaliadores com objetivo de verificar se a instituição tem todas as condições exigidas para implantação do programa, e para dar andamento às próximas etapas”, finalizou.

Saiba mais

A residência médica é uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos, sob a forma de curso de especialização, no qual os pós-graduandos são orientados por médicos especialistas. O processo seletivo para a entrada de residentes no hospital ocorre uma vez por ano, através de concurso público, e o profissional conta com uma bolsa do Ministério da Educação para custear sua formação. As residências são realizadas prioritariamente nas dependências do HDT-UFT e nas unidades de saúde do Estado do Tocantins.

Mais informações estão disponíveis no site do hospital.
 
Processo de federalização

O Hospital de Doenças Tropicais pertencia ao Governo do Tocantins desde 1989, e após doação para UFT em 2013, tornou-se o primeiro Hospital Universitário Federal (HUF) do Estado, agregando o ensino e a pesquisa em suas atividades. Em seguida, foi filiado à Ebserh em fevereiro de 2015, tornando-se na época, o 30º HUF gerido pela empresa. Porém, após conclusão de todo processo de transição que durou cerca de três anos, em 05 de maio de 2016, efetivou-se a gestão plena UFT/Ebserh na unidade hospitalar.

Sobre a Rede Hospitalar Ebserh

Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 40 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência.

Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), e, principalmente, apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas. Devido a essa natureza educacional, os hospitais universitários são campos de formação de profissionais de saúde. Com isso, a Rede Hospitalar Ebserh atua de forma complementar ao SUS, não sendo responsável pela totalidade dos atendimentos de saúde do país.