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Disciplina do Gespol leva intervenções sociotécnicas a vários setores da sociedade

Escrito por Virgínia Magrin | Publicado: Lunes, 29 Mayo 2023 19:05 | Última actualización: Lunes, 29 Mayo 2023 20:07

Propor que os alunos façam intervenções sociotécnicas utilizando o design thinkings (DT), no âmbito das áreas de atuação profissional de cada indivíduo, foi uma das atividades sugeridas pela disciplina Design em Políticas Públicas, do Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas (Gespol), ministradas pelos professores Cleiton Silva Ferreira Milagres e Gisele Paiva. A ação foi um sucesso e repercutiu em várias parcerias.

Mas antes de conhecer um pouco dos resultados colhidos, Milagres explica que design thinkings consiste na busca por soluções de problemas que são enfrentados pelas organizações e/ou instituições envolvidas no âmbito da disciplina, com foco em atender as necessidades do envolvido, com soluções para os problemas apresentados. Para isso, o DT envolve etapas como a imersão, ideação, prototipagem e testagem. 

Milagres destaca que essa sinergia entre atender a pessoa e a necessidade dela impulsiona para gerar inovações sociais: “O DT possibilita a utilização de métodos participativos, gerando ideias que vão de encontro a necessidade do usuário”. Além disso, o trabalho faz com que os estudantes vivenciem o ensino, a pesquisa e a extensão de uma forma clara e intensa, onde aprendem o conceito na teoria, pesquisam para identificar problemas e realizam a extensão por meio da intervenção levando respostas e soluções aos problemas elencados.

Gamificação

Danila Resende Duarte Marvão escolheu a Gamificação como estratégia para o ensino do combate à corrupção para crianças e adolescentes. Para isso, ela fez a pesquisa, os personas e criou um jogo de tabuleiro. O protótipo chama-se "A trilha da ética" e foi testado em algumas escolas públicas do município: “Trabalhando com compliance e integridade, inclusive falando do tema com crianças e adolescentes, percebemos que a corrupção é um problema no nosso país e que no contexto familiar, as pequenas corrupções (roubo de água e energia, pirataria, uso indevido de serviços como TV a cabo, furar filas e falsificar carteirinhas, entre outros) são práticas constantemente minimizadas, fazendo com que tudo isso pareça ser normal. É nesse ambiente em que muitas crianças e adolescentes são desenvolvidas. Por isto, tivemos a ideia de pensar em uma estratégia para o ensino de crianças e adolescentes discutindo o tema com uma abordagem lúdica e interativa, utilizando-se da estratégia do jogo A Trilha da Ética”.

A intenção do protótipo foi facilitar o ensino da corrupção e colaborar para o fomento da ética e da integridade. Uma vez elaborado, Danila conta que buscou escolas do município de Palmas e ofertou a ferramenta de forma gratuita para que os alunos pudessem realizar a testagem. “Os resultados foram extremamente positivos”, afirmou ela. “Através das visitas realizadas e da participação dos alunos na testagem, verificamos que o jogo despertou o interesse e a curiosidade dos alunos, envolvendo-os de forma ativa e engajada. Eles demonstraram entusiasmo ao participar das atividades propostas e mostraram-se motivados a aprender sobre a importância da ética, integridade e combate à corrupção”, comemorou a mestranda.

O sucesso foi tamanho, que Danila menciona que a Secretaria Estadual de Educação/Governo do Tocantins manifestou interesse em aplicar o jogo também nas escolas do Tocantins, desta forma, o jogo será cedido de forma gratuita para utilização de todas as escolas do Estado. Além disto, outras escolas no país poderão também utilizar a estratégia.

“Quando o jogo foi elaborado, pensamos inclusive em construir uma estratégia de baixo custo e que pudesse ser replicável. Atualmente, o jogo possui um custo baixo e que pode ser reproduzido pelas próprias escolas ou outras organizações como associações, igrejas, entre outros”, afirma ela. E os planos não param por aí, para o futuro, ela está pensando em trabalhar uma melhoria do jogo para o contexto digital através de um App.

Por que ela acredita tanto neste trabalho? “Para mim, o jogo A Trilha da Ética representa mais do que uma metodologia. Representa a chance de uma mudança cultural, que pode sim, começar pelas crianças e adolescentes, pois elas possuem o poder de influenciar suas famílias e o ambiente em que estão inseridas. E pensar numa mudança cultural, é pensar em um futuro melhor para todos nós”, afirma ela orgulhosa.

Assessoria Técnica

Outro trabalho desenvolvido com sucesso na disciplina foi o de Rangel Borges Silva Rodrigues e do Washington Luís Campos Ayres. Os dois realizaram uma intervenção no contexto do Bacuri, no município de Recursolândia, e, a partir dessa ação, o Ruraltins procurou o Núcleo de Estudos Rurais, Desigualdades e Sistemas Socioecológicos (Neruds) da UFT, para elaborar um plano de ação tendo em vista um protocolo de intenções já firmado entre as duas instituições - UFT e Ruraltins – para elaborar um plano de trabalho com foco na assessoria técnica e extensão rural pra agricultura familiar em outros públicos, além do Bacuri.

Rangel conta que o processo de imersão utilizando o Design Thinkings possibilitou uma roda de conversa com as mulheres para identificar o contexto do Bacuri, “através dessa conversa com a comunidade observamos que o processo inovativo está no saber tradicional sobre o manejo do Bacuri e que a execução do projeto de extensão seria uma forma de contribuir para a capacitação dos moradores da comunidade e para as estratégias de inclusão produtiva do Bacuri”. Ele destaca que o projeto é de suma importância para o desenvolvimento da comunidade local e que o uso de técnicas para a exploração desse fruto irá ajudar a gerar renda para essas famílias de forma sustentável.

Frutos

Além desses trabalhos outras iniciativas de intervenção sociotécnica foram propostas pelos alunos com protótipos na área de saúde, saneamento, direitos humanos, gestão de pessoas, extensão rural entre outros. Essas experiências serão transformadas na publicação de um e-book organizado pelos professores Cleiton Silva Ferreira Milagres e Gisele Paiva.

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