Pós em transtorno autista começa com aula histórica para a educação especial tocantinense

Mais de 70 pessoas, entre alunos, professores, autoridades e demais convidados participaram da cerimônia de abertura do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Âmbito das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), promovido pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e o Instituto de Pesquisa e Extensão de Desenvolvimento Regional do Centro Norte Brasileiro (Ipex-Regional), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação, Juventude e Esportes (Seduc), por meio do Projeto TEA – TDIC.

O evento foi realizado na noite da última sexta-feira, 05, por meio de videoconferência, e marcou a história da educação especial do Estado do Tocantins. O curso é voltado para professores que atuam com crianças especiais na rede pública estadual de ensino e, neste primeiro momento, atenderá 50 profissionais da área de vários municípios tocantinenses.

Ao dar as boas-vindas aos presentes, o coordenador geral do Projeto TEA-TDIC, professor doutor George França, destacou que o projeto representa um sonho, pois significa a consolidação das estratégias de emancipação da educação especial. Ele agradeceu o apoio que o projeto teve da Reitoria da UFT, da Secretaria da Educação, e do senador Eduardo Gomes, presente ao evento.

Na oportunidade, explicou que o projeto é composto de três momentos: o primeiro refere-se ao curso de pós-graduação lato sensu; o segundo diz respeito à realização de ciclos de palestras, com o objetivo de levar informações sobre o autismo não só para educadores, mas para a população em geral; e o terceiro se refere à pesquisa, que vai viabilizar pesquisa para o uso de tecnologia educacional nas escolas, através do curso de pós-graduação stricto sensu que será lançado em breve.

A vice-reitora da UFT, Ana Lúcia Medeiros, destacou que a instituição, por meio do Projeto TEA-TDIC, dá as mãos à Seduc. “A Universidade tem que andar de mãos dadas com todos os setores, mas especialmente com a Secretaria da Educação”, disse. “Acreditamos sempre que nós podemos fazer muito pelo Tocantins e pela região Norte, enquanto instituição pública e social”, ressaltou, lembrando que a UFT está conectada com a sociedade, como deve ser uma instituição pública, e agradeceu o apoio que o senador Eduardo Gomes tem dado à UFT.

A secretária estadual da Educação, Juventude e Esportes, Adriana Aguiar, falou de sua satisfação em poder participar desse momento, destacando que a rede estadual se sente presenteada com a conquista desse curso, que é importante não só para a formação dos professores da rede, mas para toda a comunidade tocantinense. A gestora citou que existem hoje 359 alunos diagnosticados com autismo, atendidos em 108 unidades de ensino, por isso a necessidade dessa formação para os profissionais da rede.

O diretor executivo da Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto), Léo Araújo, enfatizou a importância dessa proposta para a formação dos professores da rede estadual, ressaltando que o papel da Fundação é viabilizar a realização do projeto, que trará resultados importantes para o Estado.

Autor da emenda que viabilizou o desenvolvimento do projeto, o senador Gomes frisou que o curso representa o primeiro passo para um sistema estruturado dentro da UFT, com o objetivo de proporcionar aos professores da rede pública um ensino especializado para uma maior assistência ao TEA. Sobre a aula inaugural, Gomes destacou o efeito que trará não só no Tocantins, mas em todo o Brasil. “Tudo que é inédito, corajoso e inovador merece o nosso apoio”, disse, reconhecendo o esforço da equipe do projeto neste momento de dificuldade. “A Universidade Federal do Tocantins dá uma lição muito importante de coragem e inovação, por isso o meu reconhecimento e apoio permanente.”

Na oportunidade, a professora Rosilene Prado falou em nome da equipe docente da pós-graduação e a fundadora da Associação Anjo Azul, Rosa Helena Ambrósio, em nome das famílias TEA. Ao final, o professor doutor Guilherme Bastos, da Universidade de Itajubá (MG), trouxe uma palavra sobre suas experiências no campo da pesquisa relacionada ao autismo e sobre suas experiências pessoais, como autista e pai de criança autista.

Sobre o curso

A especialização visa à formação de professores de escolas públicas que atuam no atendimento a crianças da educação especial. O curso, cuja carga horária é de 360 horas, vai abordar amplamente conceitos e fundamentos, o diagnóstico do autismo, os elementos da psicologia e da saúde, e também vai tratar da questão das tecnologias enquanto instrumentos mediadores do processo ensino-aprendizagem.

Além do professor George França, que atua na coordenação geral, o Projeto TEA-TDIC conta com a coordenação adjunta da professora doutora Kátia Rose Pinho.