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Alto índice de suicídios em Palmas preocupa e faz crescer demanda por atendimento gratuito

Por Eliane Cerqueira | Supervisão: Profª Lúcia Helena Mendes | Publicado: Terça, 30 de Julho de 2019, 14h59 | Última atualização em Sexta, 02 de Agosto de 2019, 16h36

A capital conta com SEPSI, CAPS II e projeto da SEMUS

Os problemas de saúde mental no mundo aumentam consideravelmente, todos os anos, segundo a Organização Mundial da Saúde - OMS. Em 2010, eram meio milhão de pessoas afetadas. No Brasil, 23 milhões necessitavam de algum atendimento em saúde mental. No Tocantins, o maior número de casos de saúde mental acaba levando a violência autoprovocada, leia-se se suicídio, principalmente, entre jovens de de 15 a 29 anos.

Em estudo realizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde - DATASUS, no ano de 2016, mostra que no Estado 352 pessoas cometeram suicídio, e em Palmas 154. Chama a atenção o número de incidências na Capital, o que representa mais de 50% em relação ao número total do Tocantins; e num comparativo entre 2016 e 2018, os casos triplicaram no Estado. Com esse panorama, onde e como quem realmente necessita de atendimento psicológico e de forma gratuita pode buscar ajuda?

Em Palmas, há o Centro de Atenção Psicossocial - CAPS II, do Governo Federal e o Serviço-Escola de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas - SEPSI/CEULP/ULBRA, onde o atendimento é gratuito. No primeiro, o requisito é que o indivíduo tenha um cadastro no órgão; já no segundo, depende somente de vagas disponíveis, pois o atendimento é feito de acordo com a demanda.

CAPS II

Instalação do Centro de Atenção Psicossocial CAPS II  (Foto: Eliane Cerqueira)Instalação do Centro de Atenção Psicossocial CAPS II (Foto: Eliane Cerqueira)

 

No Brasil, o órgão responsável por criar políticas e estratégias para promover a assistência às pessoas com necessidades de tratamentos e cuidados específicos em saúde mental é o Ministério da Saúde, por meio da Política Nacional de Saúde Mental. Os Centros de Atenção Psicossocial - CAPS, são resultantes desta política. Em Palmas, existe apenas um centro voltado para a modalidade de saúde mental, e atende a todas as faixas etárias, com transtornos graves e persistentes.

De acordo com Jeane Gardene, coordenadora do CAPS II há 17 anos, os desafios para a gestão são muitos, mas o centro trabalha sempre buscando levar atendimento humanizado e se adequar ao sistema para melhorar atender quem realmente precisa. Uma destas adequações está ligada ao tipo de atendimento ofertado. Antes só eram acolhidos indivíduos com transtornos mais leves, e agora também transtornos mais severos. “As mudanças de público aumentaram muito, assim como a demanda por atendimento, e por isso, nosso centro se adequou no sentido de atender esse público.”

São atendidos por dia, cerca de 120 a 130 pessoas na unidade. E todos são acolhidos previamente, e se necessário, encaminhados para o atendimento adequado, por meio de um sistema integrado, que é uma parceria com o Estado.

Recentemente a Defensoria Pública do Tocantins fez um requerimento exigindo que a Secretaria de Saúde do Município fizesse adequações no sistema para atender de forma satisfatória a população. Procuramos Arthur Luiz Pádua Marques, Defensor Público responsável, mas este não nos atendeu por conta de imprevistos, com informou sua assessoria. Já Gardene afirma que “apesar de todas as dificuldades, o CAPS consegue atender toda a demanda da Capital.”

 

Secretaria Municipal de Saúde de Palmas

Diante do alto número de casos de suicídio e automutilação identificados em Palmas, a Diretoria de Atenção Secundária em Saúde, criou um projeto piloto que vem sendo implantado há alguns meses. O Plano de Ação de Prevenção ao Suicídio e a Automutilação na Adolescência cota com os projetos “Musicalizando” e ‘Quanto vale uma vida?”, de autoria de Lenny Carrasco, única responsável pelo tema na gerência de saúde mental da Secretaria de Saúde - SESMUS.

Uma das justificativas para a criação do projeto foi justamente a sobrecarga das unidades destinadas a atender estas demandas que estão se tornando cada vez mais comuns. A proposta do projeto é levar “tratamento para a prevenção e promoção da saúde para jovens e adolescentes, tanto na rede de saúde, quanto na área educacional e desenvolvimento social, explica Lenny. A psicóloga demonstra uma sobrecarga de trabalho, devido a tocar sozinha (somente com apoio de residentes em saúde mental) um projeto tão importante e com tamanha relevância.

Diante desta realidade, a percepção é de que a Secretaria de Saúde de Palmas não dá a devida importância, ou apenas cuida em segundo plano, de um assunto tão alarmante. A exigência da Defensoria, citada acima, é uma das evidências.


SEPSI - Serviço-Escola de Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas

O SEPSI, como é popularmente conhecido, é coordenado pelo curso de psicologia do CEUP/ULBRA e oferece atendimento gratuito para toda a comunidade palmense há 14 anos. Como a demanda por atendimentos é gritante em Palmas, o serviço acaba ficando sobrecarregado, de acordo com a coordenação do local.

Segundo informações do portal CEULP/ULBRA, 1500 pessoas foram atendidas só em 2018. Sendo mais de cinco mil atendimentos supervisionados nas áreas de psicoterapia individual, de casal, familiar, em grupo (pais, crianças, adolescentes, habilidades sociais, entre outros), orientação profissional, avaliação psicológica e neuropsicológica.

A demanda é tão grande que para se conseguir atendimento, as vezes, a lista de espera chega a dois meses. Entramos em contato, e fomos informados que “qualquer matéria que mencione a instituição faz com que a procura aumente descontroladamente. E não estamos podendo receber mais demandas, por enquanto.”

Ainda de acordo com o portal, “os atendimentos são realizados por meio de encaminhamentos (interno e externo) e por demanda espontânea de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e aos sábados das 8h às 12h. A comunidade pode entrar em contato com o Serviço pelo telefone (63) 3223-2016 ou e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Por ser um serviço-escola, durante as férias acadêmicas, a instituição não recebe demandas, nem realiza atendimentos.

 

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marcador(es): Direitos Humanos
Assunto(s): #direitoshumanos
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