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ENTRE VISTAS SOCIAIS

Projeto de extensão confere visibilidade a questões emergentes

Por Paulo Aires | Publicado: Terça, 07 de Fevereiro de 2017, 09h39 | Última atualização em Quinta, 09 de Fevereiro de 2017, 08h31

Um projeto que ocorre de forma experimental.  De iniciativa do Curso de Ciências Socias, Câmpus de Porto Nacional/UFT, EntreVistaSociais teve início em janeiro de 2016 e chegará a dezembro de 2017. Sob coordenação do professor Marcelo de Souza Cleto e participação de professores, estudantes e colaboradores, o projeto já realizou três entrevistas. O material resultante das atividades do projeto é sistematizado, em texto ou vídeo, e disposto para o público (veja links ao final da matéria).

Segundo o coordenador, o projeto nasceu da própria inquietude que é fazer Ciências Sociais, que há uma riqueza cultural imensa para ser registrada, discursos para serem ouvidos e problemas para serem expostos. Nesta perspectiva, é feita uma análise de caso, levando em conta a importância social da pauta. A concepção e execução do projeto é plural, pois os interlocutores são variados.

Cleto considera que o monopólio midiático ora em voga seleciona quem fala, edita suas palavras para dar proeminência à temática que lhe confere maiores vantagens, “diferentemente deste modelo falido, o motivo para estar entre-vistas-sociais é fazer parte daqueles homens e mulheres que corporificam as lutas em nosso Estado: quilombolas, indígenas, camponesas, urbanas e intelectuais tem lugar de fala neste programa”, pontua. 

Cleto ressalta também que a edição do material de campo é feita normalmente on line, em que todo lugar torna-se um ambiente de trabalho, no câmpus, em casa, no escritório.  “A entrevista em si ocorre na circunstância a que o entrevistado pertence; em sua aldeia, no seu barraco, na rua ou em um não-lugar, para usar uma expressão que diz respeito ao “lugar” dos invisíveis sociais”, enfatiza.

 

Conexão entre a Universidade e a sociedade

O diretor do Câmpus Universitário de Porto Nacional, George França, destaca a relevância do projeto Entre Vistas Sociais: “O projeto do curso de Ciências Sociais é muito importante para reafirmar a conexão entre a Universidade e a sociedade, sobretudo em estar atenta às questões sociais emergentes, em nosso Estado e em nossas cidades.”

 

Voz aos silenciados

Elaine Toricelli Cleto, mestre em Desenvolvimento Regional/UFT, participou, como colaboradora, da terceira edição do Entre Vistas Sociais. Para Elaine, o EntreVistaSociais objetiva dar luz a vários pontos de vistas, principalmente dar voz àqueles que estão sendo silenciados pela grande mídia.

“É muito importante, é imprescindível, especialmente no cenário político atual. As vozes indígenas, quilombolas, ribeirinhas, negras, mulheres, LGBTS e demais vozes consideradas como minorias, precisam de um espaço com liberdade de expressão, e aqui no Entre Vistas Sociais é dado este espaço”, declara a colaboradora.

No mestrado, Elaine escolheu como objeto de estudo a Comunidade Quilombola Morro de São João e, por isso, foi convidada pelo coordenador do Projeto a realizar uma entrevista com um integrante da comunidade, para falar sobre as tradições e as lutas que enfrentam.

 

Das três primeiras entrevistas

Primeira entrevista - Narubia Werreria: guerreira do povo das águas, os Iny (Karajá). Nascida em Goiânia, mas criada no berço da cultura Karajá e nas margens do Berohoky, o rio Araguaia, Narubia inaugura aqui um lugar de fala para as vozes dissonantes do Tocantins. Confira neste link.

Segunda entrevista: Marina de Oliveira Galvão: Identidade e resistência. Conversamos com a ativista dos direitos da população LGBT Marina de Oliveira Galvão. Goiana, nascida em 28 de maio de 1990, Marina é advogada atuante em Palmas TO.  Marina é engajada em espaços como OAB-TO, onde compõe a Comissão da Diversidade Sexual, Coletivo MUDAS (Movimento Universitário de Diversidade Sexual) e Coletivo Lésbitoca (Coletivo de Mulheres Lésbicas do Tocantins), através do qual ajudou a organizar a campanha #MeRecusoASerInvisível. Veja a entrevista aqui.

Terceira entrevista: As tradições e lutas da comunidade quilombola Morro de São João. A terceira edição do programa apresenta as tradições e lutas da comunidade Quilombola Morro de São João, localizada no município de Santa Rosa do Tocantins. A ocasião das gravações se deu em meio ao tradicional festejo das Almas Santas Benditas e contou com a participação de Carlos Eduardo Negres Victorio, o Caê, como é conhecido a jovem liderança. Confira o vídeo aqui

Ainda, segundo o professor Marcelo de Souza Cleto, o público envolvido e referenciado neste projeto não se restringe à comunidade interna da Universidade. Com uma divulgação dirigida nas redes sociais tem-se alcançado um público que passa pelas variadas instituições governamentais, movimentos sociais, sindicais e ONGs.

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