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Amazônia +10

Professores da UFT participam de propostas selecionadas na Iniciativa Amazônia +10

Por Joice Danielle Nascimento com informações da FAPT | Revisão: Paulo Aires | Publicado: Sexta, 18 de Novembro de 2022, 18h26 | Última atualização em Sexta, 18 de Novembro de 2022, 22h30

Os investimentos totalizam mais de R$ 40 milhões e contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT)

O Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) divulgou, na última quinta-feira, 17 de novembro, a lista das propostas aprovadas no primeiro edital da Iniciativa Amazônia +10. Os projetos selecionados, orçados em R$42 milhões, mobilizaram 137 grupos de pesquisa vinculados a Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) de 19 Estados brasileiros em estudos colaborativos sobre o território, povos da Amazônia e o fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis. Nesses cinco projetos, há pesquisadores do estado do Tocantins.

Para o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (FAPT), Márcio Silveira, em um momento como esse que se fala em COP 27, os projetos aprovados são muito importantes, pois mostram que a Amazônia é importante para nós, para todo o Brasil. “Esse resultado é motivo de grande orgulho para nós da região amazônica pois demonstra a capacidade de se articular com regiões importantes como São Paulo, Rio Grande do Sul, parte do nordeste, entre outras. Fizemos um conglomerado de parcerias com instituições muito consolidadas como a Fapesp, por exemplo, com recursos significativos. Foram 39 propostas aprovadas. Do Tocantins, tivemos 5, sendo que uma ocupou o quarto lugar no ranking. Então é um grande orgulho o resultado desse edital, porque mostra que a comunidade científica do Tocantins está muito articulada e bem preparada”. Afirma o presidente.

A chamada previu que cada uma das propostas submetidas fosse apresentada por pesquisadores de pelo menos três Estados, representados pelas FAPs que aderiram à chamada: São Paulo, Amazonas, Rio de Janeiro, Pará, Paraná, Maranhão, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Amapá, Distrito Federal, Alagoas, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo, Piauí, Santa Catarina, Acre e Tocantins. E exigiu também que pelo menos um dos pesquisadores signatários da proposta fosse vinculado a instituição de ensino superior ou de pesquisa, ou ainda a empresas com sede na região da Amazônia Legal.

A regra estimulou, por exemplo, que pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) contassem com a cooperação de pesquisadores das universidades Estadual de Londrina (UEL) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na análise de resíduos de plantas para o desenvolvimento de bioativos microbianos. E que o Instituto Butantan colaborasse com pesquisadores da Universidade Federal do Acre (Ufac) e da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), no Amazonas, no desenvolvimento de estudos que permitam avançar no tratamento de acidentes ofídicos. 

“Foi a primeira vez que as FAPs se reuniram para criar um programa próprio, com uma ideia que partiu da Fapesp e foi trazida ao Confap, que a acolheu e a colocou em prática em prazo curto”, disse Odir Dellagostin, presidente do Confap. “É apenas o primeiro passo, a primeira ação desta iniciativa que terá desdobramentos. Muitos frutos serão colhidos por essa mobilização.”

Avaliação

A primeira chamada de propostas da Iniciativa Amazônia +10 avaliou, ao todo, 152 propostas submetidas por mais de 500 grupos de pesquisa às suas respectivas FAPs. Desse total, 100 se enquadraram nas diretrizes estabelecidas no edital e foram habilitadas para avaliação. Os 39 projetos aprovados contarão com financiamento das agências de fomento por um período de 36 meses.

Lista de projetos aprovados está disponível em https://www.to.gov.br/fapt/edital-amazonia-10/3ipo48thekqz 

Projetos selecionados no Tocantins
  • Mudanças climáticas e a sociobiodiversidade amazônica: perspectivas da herpetofauna - Universidade Federal do Tocantins (UFT) - Thiago Costa Gonçalves Portelinha.
  • Cadeias produtivas dos povos das águas e da floresta: fomento e catalogação co-participativa - Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) - Miguel Pacifico Filho.
  • Pegada de Carbono e Impactos da Expansão da aquicultura na Amazônia - Embrapa Pesca e Aquicultura - Balbino Antonio Evangelista.
  • Governança policêntrica, mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável na Pan-Amazônia - Universidade Federal do Tocantins (UFT) - Cynthia Mara Miranda.
  • Riscos zoonóticos em regiões de degradação ambiental do bioma Amazônia: Entendendo o microbioma e o viroma Amazônicos - Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT) - José Carlos Ribeiro Junior

Para a professora Cynthia Mara Miranda, que faz parte do Colegiado do Curso de Jornalismo da UFT e é Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Sociedade (PPGCom), ter uma proposta contemplada pela iniciativa é uma grande satisfação: “Ter uma proposta contemplada neste edital foi interessante porque é um grupo de pesquisa e eu integrei uma equipe que é composta por pesquisadores do Pará, do Amazonas, de Rondônia, do Acre, do Amapá e do Rio de Janeiro. Então, ter mais esta proposta aprovada foi muito importante porque no Tocantins vai contribuir muito para o avanço da Ciência e da Tecnologia, tendo em vista que aqui só foram aprovadas  cinco propostas; e da UFT, só duas, sendo uma delas a da equipe em que estou inserida”. 

A professora também destaca a importância do protagonismo das discussões relacionadas à região amazônica: “A Amazônia está no centro das atenções mundiais, está no centro das discussões que estão ocorrendo na COP 27, uma agenda está sendo criada e tem desencadeado iniciativas de financiamento de pesquisas muito importantes para a região,  e a iniciativa do Amazônia +10 é uma delas. Então é uma grande conquista para a gente”.

O professor Thiago Costa Gonçalves Portelinha, do Colegiado do Curso de Engenharia Ambiental da UF, que também teve uma proposta de pesquisa contemplada pela iniciativa, explica os objetivos da sua área de pesquisa: “O projeto estudará os efeitos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade da Amazônia, com foco na herpetofauna (répteis e anfíbios), envolvendo a percepção e transferência do conhecimento às comunidades tradicionais indígenas e ribeirinhas. A proposta envolve cinco grandes instituições federais brasileiras (INPA, USP, UFPR, UFPB e UFT), além da colaboração e participação de pesquisadores da UFAM, UFRN e UNB. A aprovação deste projeto favorecerá o protagonismo da UFT frente às pesquisas desenvolvidas na região Norte, a consolidação dos laboratórios LCIA (Laboratório de Caracterização de Impactos Ambientais) e LABECZ (Laboratório de Ecologia e Zoologia) da nossa Universidade e na formação de uma rede de pesquisa com foco na conservação de anfíbios e répteis da Amazônia”.

Ele ressalta ainda a importância do projeto: “O projeto possibilitará a participação e o desenvolvimento de projetos de pesquisa por discentes da graduação e pós-graduação, contribuindo para a formação profissional de qualidade e capacitação em atividades de conservação da biodiversidade amazônica. Os resultados serão integrados ao conhecimento e protagonismo dos povos da Amazônia na preservação da biodiversidade frente às mudanças climáticas, trazendo grande relevância e impacto socioambiental aos estudos e ações de mitigação e adaptação”.

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