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Palmas

Professora da UFT apresenta trabalho de pesquisa em Congresso Internacional em Portugal

Por Thuany Gonçalves | Revisão: Paulo Aires | Publicado: Terça, 06 de Agosto de 2019, 17h27 | Última atualização em Quarta, 07 de Agosto de 2019, 16h01

A professora da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Patrícia Orfila, do curso de Arquitetura e Urbanismo, participou, no dia 26 de julho, em Lisboa - Portugal, do II Congresso Internacional: Estudos de Gênero, Feministas e sobre as Mulheres: Reflexividade, Resistência e Ação. Na ocasião, Patrícia apresentou um recorte temático do seu pós-doutorado “Palmas, Cidade Planejada: um Enfoque de Gênero”.

De acordo com a professora, sua apresentação “teve uma perspectiva na questão de gênero”. O artigo apresenta Palmas, nascida sob os preceitos cartesianos masculinos e vivida por uma diversidade muitas vezes indesejada, mas que acaba por forçar sua lógica engessada. “Nesse sentido, as mulheres têm sido protagonistas e levantado debates que perpassam desde o papel que as arquitetas têm exercido no Tocantins à segurança no uso dos espaços públicos, no seu cotidiano”, detalha a professora.

Parte do trabalho da professora Patrícia foi produzido a partir de estudos realizados no Grupo de Pesquisa em Arquitetura Contemporânea (Gpac – UFT), no âmbito da Iniciação Científica, com as estudantes Giovana Taddei, Natacha Cardoso e Kelly Nienke. As pesquisas sobre espaço e gênero iniciaram-se em 2018 e, a partir de consultas à Secretaria de Segurança Pública do Tocantins, Delegacia da Mulher (Palmas) e de matérias de jornal, foram analisadas situações que envolveram violência contra a mulher nos espaços públicos de Palmas e teceram relações entre a localização da ocorrência e a qualidade urbana desses espaços.

Na sessão ‘Espaços, narrativas e gênero II’, o mapa de raças apresentado pela professora Patrícia, com a distribuição da população de negros, pardos e indígenas em Palmas, foi produzido pelo estudante de Arquitetura e Urbanismo (UFT), Pedro Igor Galvão, que também é integrante do Grupo de Estudo em Desenvolvimento Urbano e Regional (Gedur).

Para a professora Lucimara Albieri, líder do Gedur, ao gerar o mapa de raças, imediatamente foi possível perceber uma relação com a segregação socioespacial, assim como nos casos estudados sobre a verticalização e os espaços livres públicos. “Isto é muito preocupante, pois sugere que os planos e as políticas públicas aplicadas desde a implantação de Palmas são insuficientes para modificar tal situação, ou pior, a reforçam”, afirmou.

A professora Lucimara ainda enfatiza que os membros do grupo têm aprimorado seus conhecimentos em Sistema de Informações Geográficas (SIG). “Isso possibilita a representação de fenômenos espaciais, isto é, permite gerar mapas sobre diversos assuntos a partir de dados coletados”, destaca.

O mapa de raças foi gerado a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2010, quando foi realizado o último censo. O próximo censo está previsto para 2020 - mesmo ano em que o grupo objetiva atualizar os mapas e seguir com as pesquisas.

 

 

Depoimentos

Moradora de 34 anos; Quadra 508 Norte

“Me sinto segura em função de estar no carro, se fosse a pé ou de bicicleta, não me sentiria segura. O trajeto é mal iluminado e com pouca movimentação, além de muitos terrenos baldios”.

Moradora do Jardim Janaína - Região Sul de Palmas

"Eu saí 6h20 da manhã, como sempre faço. O local do ponto de ônibus é acerca de 500 metros de distância. Eu estava indo a pé com a cabeça para baixo e estava com a bolsa e o celular dentro do capacete, na mão. Me espantei no ponto de ônibus quando o assaltante já veio atrás de mim com uma arma e tentou tomar minha bolsa, até perceber que meu celular estava no capacete, então ele passou a puxar o capacete, até me machucar - e eu soltei."

 

De acordo com a pesquisa, os locais mais propícios à violência contra mulher, sobretudo sexual, são locais degradados, como prédios e construções abandonadas, lotes não cuidados sem roçagem do mato, iluminação insuficiente ou até inexistente em algumas ruas. Quase 100% das ocorrências de violência sexual ocorrem em lotes vazios, conforme consulta realizada no dia 17 de agosto de 2018, na Delegacia da Mulher, em Palmas. Algumas ocorrências descrevem que mulheres são sequestradas em certos locais e levadas até esses terrenos, onde são estupradas.

 

 

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