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corredor cultural

Aberta a exposição fotográfica “Ilha do Bananal – Contrastes na Imensidão”

Por Gihane Scaravonatti | Publicado: Quarta, 14 de Novembro de 2018, 17h32 | Última atualização em Quarta, 14 de Novembro de 2018, 17h54

De 14 de novembro a 07 de dezembro de 2018, ocorre, no espaço do Projeto do Corredor Cultural (Hall do Bloco IV do Câmpus de Palmas), a exposição “Ilha do Bananal – Contrastes na Imensidão”, com fotografias do artista Renato Torres Pinheiro, que é também professor e pesquisador do Curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

A exposição, aberta desde a manhã desta quarta-feira (14) à visitação para toda a comunidade interna e externa à Universidade, retrata a riqueza natural da Ilha do Bananal – maior ilha fluvial do mundo, localizada no Sudoeste do Tocantins e reconhecida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), desde 1991, como Reserva da Biosfera*. 

A mostra tem classificação livre e entrada gratuita, podendo ser visitada até o dia 07 de dezembro de 2018, durante os dias e horários de funcionamento do Câmpus de Palmas.

* A Rede Mundial de Reservas da Biosfera compõem-se de 631 reservas da biosfera localizadas em 119 países, incluindo 14 sítios transfronteiriços/transcontinentais (Fonte: Unesco)

Dos contrastes na imensidão

Durante a solenidade de abertura de “Ilha do Bananal – Contrastes na Imensidão”, a vice-reitora da UFT, Ana Lúcia de Medeiros, destacou ser o Corredor Cultural uma oportunidade para que as pessoas se deleitem, ao longo das semanas de cada exposição realizada, com "obras artísticas maravilhosas". Já a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem, relatou que cada nova mostra artística no espaço do Corredor "revela uma experiência fantástica" à comunidade que prestigia as obras.

Composta por 20 fotografias de seu acervo pessoal, o trabalho é uma mostra de mais de uma década de ações acadêmico-ambientais e o olhar artístico sensível de Renato Torres Pinheiro sobre a flora e a fauna da Ilha do Bananal.

Atualmente à frente, como diretor, do Centro de Pesquisa Canguçu, unidade vinculada à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propesq) e localizada entre os parques Nacional do Araguaia e o Estadual do Cantão - duas importantes Unidades de Conservação brasileiras -, Pinheiro diz não separar, enquanto fotógrafo, o olhar do artista do olhar do naturalista e pesquisador: “trabalhando em meio à natureza, em uma fração de segundos, ocorre de você ser surpreendido por um animal. Se você, naquele momento, não fotografá-lo rapidamente, terá a lembrança do encontro apenas em sua mente”.

A exposição, “de cunho também didático”, frisa ele, traz registros fotográficos terrestres e aéreos de paisagens peculiares do Bananal, a exemplo dos Campos de Murundus e das Ipucas, e de espécies endêmicas da fauna da região – algumas, ameaçadas de extinção, qual o cervo-do-pantanal, maior espécie de cervídeo da América Latina.

Para o fotógrafo, a exposição oportuniza mostrar uma parte do Brasil, de relevante patrimônio, ainda pouco conhecida - mesmo, por vezes, dos próprios tocantinenses. A localidade, que atrai visitantes e pesquisadores do mundo inteiro, integra, por exemplo, a Lista de Hamsar, marco internacional para ações de cooperação entre países objetivando a conservação e o uso racional das zonas úmidas no mundo – caso do território do Parque Nacional do Araguaia, onde se localiza a Ilha do Bananal.

As formações naturais peculiares e a quantidade significativa de paisagens únicas são, para Pinheiro, os elementos de contraste que despontam na imensidão da mítica e ainda pouco explorada Ilha do Bananal. As fotografias expostas, assim, visam “fomentar a divulgação dos diferentes ambientes e das espécies que habitam o entorno da localidade”, cuja riqueza e importância, ainda segundo o fotógrafo, extrapolam os aspectos naturais e culturais.

Ilha do Bananal

Originalmente denominada “Ilha de Sant’Anna”, a Ilha do Bananal é conhecida, pelos Javaé, como Iny òlòna, “o lugar de onde surgiram os humanos”, mas também como Ijata òlòna, “o lugar de onde surgiram as bananas”, em razão da existência de extensos bananais silvestres naquele território.

Sendo uma região de transição entre três biomas (um ecótono triplo) - Cerrado, Pantanal e Amazônia -, possui biodiversidade bastante rica e variada, o que atrai o interesse de ambientalistas e entidades de partes diversas do mundo.

A ilha é dividida, pelo Governo Federal, em duas partes administrativas: ao norte, delimita-se o “Parque Nacional do Araguaia”, gerido pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) por meio do Instituto Chico Mendes para Biodiversidade (ICMBio). Já na parte sul, localiza-se a Terra Indígena Parque do Araguaia, administrada pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI) e que abriga cerca de 15 aldeias indígenas, entre Javaés, Carajás, Tuxás, Tapirapés e os Avá-Canoeiros, que evitam o contato com pessoas exteriores à aldeia.

Sobre o artista

Renato Torres Pinheiro é biólogo formado pela Universidade de Viçosa (MG). Com doutorado em Ecologia pela Universidade de Alicante (Espanha) e pós-doutorado em Ecologia pelo Instituto Cavanilles de Biodiversidade e Biologia Evolutiva da Universidade de Valência (Espanha), Pinheiro é especialista em Aves, sendo nome de destaque nas pesquisas sobre avifauna no Tocantins. Radicado no Estado há 16 anos, vem, desde então, fotografando a extensa biodiversidade das paisagens desta região. Antes da mostra do Corredor Cultural, participou de duas outras exposições fotográficas: “Aves Brasileiras” (2008), realizada durante o XVI Congresso Brasileiro de Ornitologia, e “Pássaros de Palmas” (2011), promovida pela Fundação Cultural de Palmas.

Sobre o Corredor Cultural

Promovido pela Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex), o Corredor Cultural realiza exposições de artes plásticas e visuais reafirmando, assim, o papel da Universidade também como espaço de cultura e arte, cuja democratização se faz significativa no cotidiano da sociedade. Promovendo a interculturalidade entre os partícipes da Universidade e destes com a comunidade externa, pretende-se como espaço de integração e diálogo entre ensino, pesquisa e extensão.

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