Minicursos na Jornada Filosófica debatem formação docente e estética cartesiana

Abrindo a programação da I Jornada Filosófica da Universidade Federal do Tocantins (UFT), ocorreram, nesta segunda-feira (22), no bloco J do Câmpus de Palmas, dois minicursos voltados para a problematização da Filosofia e do seu ensino. O objetivo da Jornada é incentivar estudantes do curso a nível de graduação, especialização e mestrado, a expor seus trabalhos acadêmicos seguindo os moldes dos congressos de Filosofia.

O minicurso "Ensino de Filosofia: a formação de professores no contexto da racionalidade instrumental" foi ministrado pelo professor Paulo Sérgio Gomes Soares e por Rafael Silva Oliveira, e teve como foco as questões do trabalho. Soares levantou questões trazendo como base o filósofo alemão Herbert Marcuse, intelectual da escola de Frankfurt e considerado um filósofo contemporâneo, que trata de temas como libertação e temas de oposição ao capitalismo, como cultura de consumo.

Minicurso debate a formação dos professores de filosofia no contexto da racionalidade instrumental (Foto: Paulo Teodoro/Dicom)

Para o professor, Marcuse teve intensa atividade intelectual ainda no século XX, mas os seus pensamentos ainda são muito atuais e que passam despercebidos em função da ideologia dominante, que interfere na forma como percebemos a realidade. "A racionalidade presente na cultura capitalista faz com que a gente tenha uma visão deturpada acerca da realidade, da consciência do mundo", afirma. O professor explica que a libertação de cada ser humano tem que partir dele próprio. "Da mesma forma que o indivíduo entrou na condição de um ato doutrinado, dominado, de um controle social como um todo, o ser humano pode sair disso", ressalta.

Soares ainda faz uma relação de Marcuse com Sigmund Freud, usando o conceito de superego, que introjeta os valores da cultura. Para Freud não temos um natureza racional, e sim animal, a nossa natureza é construída. "Não somos humanos, nos tornamos humanos, nós passamos por um processo de humanização e isso é produto da cultura. A cultura é importante mas ela é repressora porque ela tira os indivíduos da condição natural, e ocorre uma restrição da liberdade", finaliza.

Descartes

Outro minicurso que ocorreu foi "Descartes o racionalista do método e o relativista do gosto: implicações estéticas no pensamento cartesiano", com Isaú Ferreira Veloso Filho. O minicurso trouxe a compreensão do Descartes racionalistas e seu método para chegar a verdade. Descartes foge do conhecimento baseado nos sentidos, sempre duvidando deles. "Segundo Descartes, a forma inicial para se chegar a verdade seria duvidar de tudo aquilo que está posto como incerto, então duvidar tudo aquilo que está posto", destaca. Além disso, o professor abordou a estética cartesiana.

Francisco Luzinaldo, aluno do primeiro período de Filosofia, foi um dos participantes do minicurso. Ele foi convidado por um amigo para colaborar como voluntário da I Jornada Filosófica e aproveitou para participar desse minicurso. "Eu vim para assistir as palestras dos professores porque acredito que vai me dar um direcionamento do que é o curso de Filosofia porque já são palestras de assuntos mais aprofundados, que não verei no primeiro período e está sendo uma ótima experiência".

Descartes foi o tema de um dos minicursos na Jornada de Filosofia (Foto: Paulo Teodoro/Dicom)

Ainda nesta segunda, às 19h, ocorre o lançamento do livro "Do mundo, suas delicadezas", do professor Roberto Amaral, e das 20h às 22h acontecem Comunicações Diversas, no anfiteatro 4, e comunicações epistemológica, no anfiteatro 5.

Confira, abaixo, a íntegra da programação da Jornada Filosófica