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Porto Nacional: Palestra aborda pesquisa sobre hábito alimentar dos Xerentes

Publicado: Terça, 01 de Novembro de 2016, 15h35 | Última atualização em Terça, 01 de Novembro de 2016, 15h45

Mudanças alimentares e agravos em saúde entre os povos Akwẽ-Xerente é tema de palestra que ocorre, nesta quinta-feira (3), às 14h, na sala do Núcleo Estudos e Assuntos Indígenas (Neai), Bloco VII, Câmpus de Porto Nacional da Universidade Federal do Tocantins (UFT). A palestrante será a professora e pesquisadora Reijane Pinheiro da Silva, especialista em Antropologia Social, que abordará os resultados da pesquisa sobre os hábitos alimentares dos povos Xerentes no Tocantins.

De acordo Reijane, a pesquisa traz resultados referentes aos hábitos alimentares do povo Xerente, realizada no período de 2013 a 2015, com o objetivo de entender quais os impactos das mudanças dos hábitos alimentares nessa etnia. A Pesquisadora ressalta que houve um aumento do consumo de açúcar entre o povo Xerente. “Nós identificamos uma mudança significativa no aumento do consumo do açúcar, ocasionando o risco de agravos de doenças como a diabetes, considerada um agravo sério; e também, o consumo de sal que tem resultado no aumento dos casos de hipertensão e problemas cardiovasculares”, explica.

Ainda, segundo a Professora, essas mudanças de hábitos alimentares podem ser devidas às influências da construção de grandes projetos como, por exemplo, a Fundação de Palmas que fica próxima a essas aldeias. “Nós identificamos como uma das causas, a pressão desses grandes projetos, como a própria construção de Palmas próxima da área Xerente, cerca de 80 quilômetros, e também a construção da Hidrelétrica de Luiz Eduardo Magalhães, o que resulta nessas modificações”, pontua.

A pesquisa mostra ainda que, em função dessas mudanças, os indígenas abandonaram as práticas alimentares tradicionais. “Essas alterações impactaram na forma desses povos obterem o alimento. O Xerente é um povo do cerrado, então, a alimentação deles, como as proteínas, por exemplo, vem da caça. Sabemos também que o aumento da circulação de pessoas na região diminui a quantidade de animais, os frutos do cerrado e os plantios tradicionais do feijão, gergelim, abóbora, batata”, diz.

Reijane destaca também a influência de Programas Sociais nas comunidades indígenas. “O fato desse povo passar a ter acesso a programas de complementação de renda como, por exemplo, o Bolsa Família - o que é um fator positivo, pois há melhora na segurança alimentar - mas, por outro lado, faz com que eles tenham como alternativa comprar alimentos industrializados”, conclui.

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