Alunos de ensino médio comparecem no encerramento da exposição sobre quilombolas
A exposição fotográfica "Populações Tradicionais do Tocantins: Cultura e Saberes de Comunidades Quilombolas" iniciada do dia 12 deste mês (veja aqui ) teve seu encerramento na manhã desta sexta-feira (22), no Bloco IV (Reitoria).
Na circunstância, 120 alunos do Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Naday visitaram a exposição sob a orientação do professor de História, José Gonçalo, que também é professor da UFT. A exposição faz parte de um projeto que consiste na compreensão dos saberes e práticas que orientam os modos e estratégias de reprodução da vida social (simbólica e material) dos quilombos.
O professor enfatizou que há uma grande discussão sobre cotas para negros nas escolas estaduais e que essa exposição é uma oportunidade para os alunos conhecerem e serem críticos sobre as questões dos quilombolas, já que “muitas pessoas não têm conhecimento sobre os direitos dessa comunidade”. Ele destacou ainda que durante muito tempo os quilombolas foram esquecidos e eram invisíveis de acordo com sua pesquisa. "Esse trabalho que estamos fazendo é para dar visibilidade à essas comunidades. Não é só pesquisar. Se a sociedade não conhecer, se ninguém divulgar, os quilombolas vão continuar sendo invisíveis".
Estudante observa quadros da exposição quilombola no Corredor Cultural
Estudante observa quadros da exposição quilombola no Corredor Cultural
Para a diretora do colégio, Patrícia de Oliveira, é importante a conexão entre os alunos e o ambiente universitário. "Esse projeto fez a ponte entre a escola e a universidade. Muitos alunos que estão no 3º ano do Ensino Médio já ouviram sobre a UFT, mas não tinham contato ainda com esse meio acadêmico. Como eles estão quase no vestibular, isso é muito importante. Sem contar, que os alunos só ouvem falar sobre os quilombolas, mas não têm conhecimento de fato do que é. A exposição contribuiu muito".
Palestra - Na solenidade de encerramento também foi feito um seminário "Construindo Saberes", no qual explanou-se sobre a cultura, as festas populares, as comidas típicas e a simplicidade das populações quilombolas do Estado. A coordenadora do projeto, Karilleyla Andrade, explicou que a exposição foi o resultado da primeira etapa do projeto, que tem como objetivo macro o reconhecimento dessas comunidades. São dez no total.
“No segundo momento queremos trabalhar o mapeamento dessas comunidades. Saber os modos, os saberes, os prazeres, tradições, o modo de viver. No final, todo o material não vai ficar com a gente, será retornado para essas comunidades”, garante Andrade.
Alunos do Colégio Dom Alano durante o seminário no auditório do Bloco III
Comunidades - As dez comunidades remanescentes de quilombolas que estão no projeto são: Morro de São João, em Santa Rosa do Tocantins; Mimoso e Kalunga, Lagoa da Pedra, em Arraias; Malhadinha e Córrego Fundo, em Brejinho de Nazaré; Redenção, em Natividade e; Mumbuca, Formiga, Carrapato e Ambrósio, em Mateiros.
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