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Mudanças curriculares

17 cursos de graduação têm novos PPCs aprovados no Consepe

Escrito por Bianca Zanella - Revisão: Paulo Aires | Publicado: Miércoles, 07 Diciembre 2022 18:22 | Última actualización: Viernes, 30 Diciembre 2022 17:44

Conselho também encaminhou outras pautas na 112ª reunião ordinária realizada nos dias 6 e 7 de dezembro

O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Federal do Tocantins (Consepe/UFT) aprovou, na sua 112ª reunião ordinária os novos projetos pedagógicos de 17 cursos de graduação, sendo seis licenciaturas (três delas na modalidade de Educação a Distância - EaD), quatro bacharelados das áreas de Engenharias, Ciências da Saúde e Ciências Agrárias, e sete cursos de Ciências Sociais Aplicadas e Tecnologias (veja lista abaixo). Com isso, cerca de 40% dos cursos de graduação da Universidade já apresentaram a reformulação dos seus PPCs. Os demais, conforme a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), devem submeter seus projetos ao Consepe no primeiro semestre de 2023, a fim de que haja tempo hábil para implantação e oferta no segundo semestre do ano que vem.

 112ª reunião ordinária do Consepe foi a primeira presencial realizada em três anos (Foto: Bianca Zanella/Sucom)112ª reunião ordinária do Consepe foi a primeira presencial realizada em três anos (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

Os PPCs foram votados em blocos e aprovados por unanimidade conforme os pareceres dos relatores. Por isso, alguns ainda devem passar por adequações antes da publicação das resoluções pela Secretaria dos Conselhos Superiores (Socs).

A 112ª reunião ordinária do Consepe começou na tarde de terça-feira, dia 6, e se estendeu até o fim da manhã de quarta-feira, dia 7. Esse tempo foi necessário para permitir que todos os 17 projetos pedagógicos submetidos à aprovação fossem apresentados por cada uma das coordenações de curso, antes da votação.

Conforme contextualizou o pró-reitor de Graduação, Eduardo Cezari, a atualização geral dos PPCs dos cursos de graduação da Universidade é resultado de um longo processo de debates que envolveu os colegiados, a Prograd, a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários (Proex) e a Pró-Reitoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (Protic). Esse processo foi desencadeado a partir de resolução do Conselho Nacional de Educação que estabeleceu a “curricularização da extensão”, isto é, determinou que as atividades de extensão devem compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular dos cursos de graduação. Além disso, foi motivado pela necessidade de adequação dos cursos a outros parâmetros específicos e pelas diretrizes estabelecidas no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) 2021-2025 da UFT, dentre as quais se destacam princípios da chamada “Educação 4.0”, como o incentivo à inovação pedagógica e à adoção de metodologias ativas.

Pró-reitor de Graduação, Eduardo Cezari (Foto: Bianca Zanella/Sucom)Pró-reitor de Graduação, Eduardo Cezari (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

Nesse sentido, o titular da Protic, Ary Henrique de Oliveira, apresentou um relatório de investimentos realizados na informatização de processos educacionais incluindo mais de R$ 11 milhões em custeio de serviços, aquisições de equipamentos e softwares. Além disso, o pró-reitor destacou o desenvolvimento de projetos já finalizados e em andamento, como o novo Portal da Universidade; o Sistema Atende +, que irá centralizar o registro de atendimentos administrativos oferecidos na UFT; o Naus PGD, que irá informatizar a gestão do Plano de Gestão de Desempenho para os servidores; o Naus Compras, que irá permitir o planejamento de compras para as unidades administrativas; o Diploma Digital, já implantado na Universidade; e o sistema Passei, que irá unificar todos os processos seletivos da UFT em uma única plataforma. “A Universidade conta hoje com 62 sistemas diferentes, que apesar de parecerem distintos, são integrados. O nosso desafio a partir de agora, além de finalizar projetos em andamento, será intensificar essa integração para os usuários”, disse ele.

Pró-reitor de Tecnologia da Informação e Comunicação, Ary Henrique de Oliveira (Foto: Bianca Zanella/Sucom)Pró-reitor de Tecnologia da Informação e Comunicação, Ary Henrique de Oliveira (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

Ainda durante a reunião do Consepe, a Protic realizou a entrega de 43 notebooks HP com mochila e mouse sem fio, sendo um para cada um dos colegiados dos cursos de graduação. Para cada kit foi investido um valor de R$ 5.800,00.

Entrega de notebooks (Foto: Bianca Zanella/Sucom)Entrega de notebooks (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

 

Processo de elaboração dos PPCs

A sistemática orientadora para elaboração e atualização dos PPCs foi aprovada pelo Consepe em abril de 2022. Em maio desse mesmo ano foi lançado o PPC+, um sistema desenvolvido por alunos do curso de Ciência da Computação vinculados à Fábrica de Software da Universidade visando informatizar e simplificar o processo de elaboração, o trâmite de revisões e o acompanhamento da implantação dos Projetos Pedagógicos de Curso. Desde então, segundo números da Prograd, houve uma troca de, em média, 400 e-mails semanais entre os cursos e a pró-reitoria sobre o assunto. No Sistema SEI, foram expedidos quase 100 despachos em processos relativos ao tema, e 102 portarias de atualizações dos Núcleos Docentes Estruturantes (NDEs) foram publicadas. Além disso, foram realizados 30 plantões pedagógicos e 50 reuniões de orientação com professores membros dos NDEs.

Os representantes do sindicato dos professores (Seção Sindical dos Docentes da UFT, Sesduft), fizeram falas críticas ao processo de atualização dos PPCs: “Uma questão que nos incomoda muito é a visão tecnicista das coisas, como se um sistema, um aplicativo, fosse dar conta de questões que são muito mais complexas. É claro que temos que considerar o mercado de trabalho e as suas demandas, mas a universidade não pode ficar refém do mercado. Se for assim nós vamos ficar apenas com os cursos de Direito, Medicina, Engenharias...”, comentou o professor Fábio Henrique Duarte.

Os professores representantes do Sesduft Fábio Henrique Duarte (com o microfone) e Maurício Alves da Silva (Foto: Bianca Zanella/Sucom)Os professores representantes do Sesduft Fábio Henrique Duarte (com o microfone) e Maurício Alves da Silva (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

Os principais questionamentos levantados pelos representantes do Sesduft foram em relação ao prazo estabelecido para as discussões, que na opinião de parte dos professores foi insuficiente, e em relação à diretriz adotada pela Universidade no sistema PPC+ de limitar os novos projetos pedagógicos à carga horária mínima estabelecida pelo MEC. De acordo com eles, apesar das falas que reforçam o processo participativo, as discussões sobre os PPCs e sobre o próprio PDI não foram suficientemente esgotadas nas bases, e essas discussões deveriam avançar para o debate do próprio estatuto da Instituição. Na visão da gestão da Universidade, a revisão das cargas horárias não representa uma redução da qualidade das graduações, mas permite que os alunos se formem em menos tempo e possam, a partir dessa base geral, dos seus interesses e necessidades observados pela própria experiência, trabalhar e se aprofundar em formações específicas, reforçando o papel da pós-graduação. Além disso, conforme ressaltou durante a sessão o reitor, Luís Eduardo Bovolato, em que pese a necessidade de cumprimento de prazos, “em nenhum momento os colegiados foram cerceados de fazer essas discussões e, certamente, aqueles que apresentaram os seus PPCs neste Consepe assim o fizeram”.

No rol de novos PPCs aprovados pelo Consepe estão desde cursos tradicionais, como os veteranos cursos de Pedagogia e Direito, do Câmpus de Palmas, e Agronomia, do Câmpus de Gurupi (existentes já no período da Unitins), até novas graduações como o Curso de Turismo do Câmpus de Arraias, implantado em 2016.

Para a professora Kátia Cristina Brito, coordenadora do Curso de Pedagogia de Palmas, o processo de atualização do PPC representou uma mudança de paradigma e o desafio, para o colegiado, de “praticar o que ensinamos” com a inserção, efetiva, de princípios como a interdisciplinaridade no curso a partir da perspectiva de organização da matriz curricular por grupos e eixos. “O colegiado já vinha discutindo exaustivamente todas essas questões de formação de professores. Ocorre que essas discussões também foram atropeladas pelas ações governamentais”, disse a docente. Segundo o seu relato, o projeto apresentado pelo colegiado “foi construído não sem debates, não sem embates, mas com a certeza de que éramos capazes de fazer”.

Conforme a coordenadora e presidente do NDE do Curso de Agronomia, Niléia Cristina Silva, uma das principais mudanças objetivas no curso foi a redução da carga horária, que passou de quase 4 mil horas no PPC que estava vigente desde 2011 para 3.690 horas curriculares na versão atualizada. Para ela, a avaliação final do processo de atualização do projeto pedagógico do curso é positiva: “O nosso colegiado, embora muito tradicional, é aberto a mudanças. Em princípio foi muito assustador, mas avaliando todo o cenário e refletindo sobre as necessidades dos estudantes e egressos nós percebemos que isso era realmente necessário”, comentou.

A coordenadora do Curso de Direito, Cristiane Roque de Almeida, disse que a partir do desafio e da necessidade de revisão do PPC o colegiado acabou encontrando novas formas de pensar a extensão na formação dos estudantes da área jurídica: “Nós entendemos que precisamos romper com a tradição de prestação de serviços que já é consagrada através somente do atendimento à comunidade por meio do Escritório Modelo, e avançar para formas mais efetivas de integração com a sociedade através de outros projetos”, afirmou. Para ela, uma das principais inovações do novo PPC está no fortalecimento do Núcleo de Prática Jurídica, que antes tinha como principal atividade o Escritório Modelo para judicialização de casos, e agora vai contar também com uma Clínica de Direitos Humanos pela qual se pretende fomentar projetos de pesquisa a partir dos casos atendidos. “Com isso, vamos ampliar a atuação e criar uma espécie de laboratório de extensão onde vamos poder refletir mais sobre esses casos no processo de formação dos estudantes”, explicou.

O reitor, Luís Eduardo Bovolato, reforçou a importância do trabalho de atualização dos PPCs: “Minha palavra é de agradecimento e reconhecimento pelos esforços empreendidos por todos os colegiados, não só por parte daqueles que fizeram suas apresentações aqui neste Consepe, mas também por parte daqueles que ainda estão em processo de discussão dos seus novos projetos pedagógicos”. Ele também estendeu o agradecimento às equipes da Prograd, da Proex e da Protic: “Em que pesem todas as críticas, este é um trabalho que precisa ser valorizado, e ainda que o nosso objetivo seja sempre aperfeiçoar, não podemos deixar de caminhar com os pés no chão e fazer as coisas dentro do que é possível”, finalizou.

 

Cursos de Graduação com novos PPCs aprovados:

Cursos de Licenciaturas

Curso de Biologia EaD (Câmpus de Palmas)
Curso de Computação EaD (Câmpus de Palmas)
Curso de História (Câmpus de Porto Nacional)
Curso de Pedagogia (Câmpus de Palmas)
Curso de Química EaD (Câmpus de Palmas)
Curso de Teatro (Câmpus de Palmas)


Cursos de Engenharias, Ciências da Saúde e Ciências Agrárias

Curso de Agronomia - Bacharelado (Câmpus de Gurupi)
Curso de Engenharia Ambiental - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Engenharia Elétrica - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Engenharia Florestal - Bacharelado (Câmpus de Gurupi)


Cursos de Ciências Sociais Aplicadas e Tecnologias

Curso de Arquitetura e Urbanismo – Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Ciência da Computação - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Ciências Contábeis - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Ciências Econômicas - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Direito - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Jornalismo - Bacharelado (Câmpus de Palmas)
Curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental - Bacharelado (Câmpus de Arraias)

 

Novos cursos de graduação em Gurupi – Além da reformulação dos PPCs de cursos já existentes, o Consepe apreciou os projetos pedagógicos de dois novos cursos propostos para o Câmpus de Gurupi: Medicina Veterinária e Licenciatura em Química. Ambos os PPCs foram aprovados conforme os pareceres e a criação dos dois cursos segue, então, para ser votada no Conselho Universitário (Consuni), que tem sua próxima reunião marcada para segunda-feira, dia 12 de dezembro.

Claudinéia Pereira da Silva, secretária dos Conselhos Superiores (Foto: Bianca Zanella/Sucom)Claudinéia Pereira da Silva, secretária dos Conselhos Superiores (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

O Câmpus também trabalha para propor a criação do curso de Tecnologia em Agroindústria, confirmando a sua grande vocação para as Ciências Agrárias.

Segundo o pró-reitor de Graduação, Eduardo Cezari, após passar pelo Consuni, a expectativa é de que os cursos de Medicina Veterinária e Licenciatura em Química possam ser ofertados à comunidade já no ano de 2023. “A oferta de vagas na licenciatura em Química vai depender mais da decisão do próprio colegiado e, possivelmente, vai ocorrer a partir do segundo semestre de 2023. Já o curso de Veterinária poderá abrir sua primeira turma assim que tivermos condições objetivas de oferta, o que significa garantia de concurso docente e garantia de condições adequadas de infraestrutura. Com a criação do curso aprovada pelos conselhos, por iniciativa da própria Universidade, então nós iremos atrás desses recursos no Ministério da Educação”, explicou.

 

Outra pautas – O Consepe também aprovou, na 112ª reunião ordinária, a proposta de concessão do título de Doutor Honoris Causa ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Esse tema ainda deve ser objeto de pauta no Conselho Universitário (Consuni), da próxima semana.

Além disso, o Consepe ainda aprovou a criação do Núcleo de Estudos da Linguagem (NEL), vinculado ao Curso de Letras do Câmpus de Porto Nacional; referendou a criação do Curso de Especialização em Transtorno do Espectro Autista na Educação do Campo (Teacampo), no Câmpus de Palmas; e aprovou a criação do MBA em Gestão de Comércio Exterior e Negociações Internacionais, no Câmpus de Porto Nacional. A criação de outro curso de pós-graduação lato sensu, a Especialização em Gestão do Trabalho Pedagógico e da Aprendizagem Escolar, no Câmpus de Palmas, também chegou a ser votada, mas conforme o parecer do relator deve passar por adequações antes de ser aprovada.

 

Máscaras e retorno ao presencial – A primeira reunião presencial do Consepe, depois de três anos de distanciamento social, foi marcada pela volta do uso de máscaras sanitárias, já que o acessório passou a ser obrigatório novamente nos ambientes internos da UFT, desde segunda-feira (05), em função do novo aumento do número de casos de Covid registrados no estado.

Essa também foi a primeira reunião do Consepe realizada na Sala dos Conselhos, localizada no novo prédio da Reitoria, que foi inaugurado em junho de 2022. Antes da pandemia de Covid-19, o Conselho havia se reunido presencialmente, pela última vez, em dezembro de 2019; neste intervalo, realizou outras oito sessões por videoconferência.

Integrantes da Escola de Extensão recepcionaram os membros do Conselho com uma apresentação musical (Foto: Bianca Zanella/Sucom)Integrantes da Escola de Extensão recepcionaram os membros do Conselho com uma apresentação musical (Foto: Bianca Zanella/Sucom)

Nesta ocasião especial, os membros do Conselho foram recepcionados, no primeiro dia de trabalhos, com uma apresentação musical da Escola de Extensão da UFT representada pelo coordenador do projeto, Bruno Barreto, no saxofone, e pelos participantes Iogo Landinho e Cleiton Silva, na guitarra e no piano.

 

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