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Projeto

Ação emergencial leva assistência e informação de prevenção ao Covid-19 para aldeias indígenas do norte do Tocantins

Escrito por Caroline Falcão | Revisão: Paulo Aires | Publicado: Jueves, 02 Julio 2020 14:36 | Última actualización: Viernes, 03 Julio 2020 11:49


As aldeias indígenas do norte do Tocantins (Bico-do-Papagaio) e a comunidade remanescente de quilombo do Grotão, no entorno da cidade de Araguaína, contam agora com o apoio emergencial de extensão, assistência e de prevenção ao Covid-19. A ação conta com a distribuição de cestas básicas, kits de higiene (máscara, álcool em gel e sabonete líquido) e panfletos informativos sobre prevenção ao Coronavírus com tradução realizada por alunos para as três línguas indígenas atendidas, conforme explicam os créditos nos folders.

De acordo com o professor e antropólogo Bruno Hammes, a realização desta ação emergencial decorre da iniciativa de algumas professoras do curso de Licenciatura em Ciências Sociais (Câmpus de Tocantinópolis) em buscar apoio para as comunidades indígenas e quilombola da área de abrangência do Câmpus as quais não foram contemplados por outra ação emergencial recente da UFT. "Diante disso, buscamos apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT) para estudar a viabilidade e a disponibilidade de recursos para a realização desta ação que está investindo cerca de R$ 70 mil só para a aquisição das cestas básicas durante a pandemia", explica.

"Ao todo, durante a pandemia, serão distribuídas mil cestas básicas, sendo 260 famílias na etnia Krahô; 100 famílias na Karajá Xambioá; 621 nas aldeias Apinajé que ficaram sob a responsabilidade dos caciques; e 19 famílias da Comunidade Quilombola Grotão. A distribuição dos kits de higiene será realizada junto com as cestas básicas e cabe salientar que os kits foram produzido através de outro projeto financiado pelo MPT e em parceria com o sistema “s” o que implica dizer que seu custo não foi contabilizado nos R$ 70 mil já mencionados. Logo, tendo em vista que serão mais mil kits de higiene e 1.700 panfletos, consideramos que a ação total provavelmente envolve recursos na ordem de R$ 100 mil", destaca Hammes.

"Ressalta-se ainda que sem o canal de diálogo estabelecido com a procuradora do Trabalho, Cecília Amália dos Santos, o projeto não teria essa dimensão nem essa formatação. Haja vista que através do seu compromisso em fazer cumprir a Convenção 169 da OIT, que trata dos povos tradicionais, o direito à consulta prévia foi assegurado visto que até mesmo os itens da cesta básica foram escolhidos pelos indígenas que suprimiram trigo, biscoitos e doces enlatados por uma quantidade maior de arroz, por exemplo", acrescenta o professor.

A distribuição destas cestas e kits de higiene vai acontecer em três frentes. A primeira ficará a cargo do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) que vai fazer a logística das cestas para os Krahô e para os Karajá, enquanto a segunda ficará a cargo da Associação União das Aldeias Apinajé (Pempxà) e da Funai Tocantinópolis que farão a distribuição entre os Apinajé. Por fim, a Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Grotão fará a distribuição para as 19 famílias associadas. Além disso, para manter os cuidados sanitários toda a logística será supervisionada por técnicos e enfermeira da SESAI.

Já os panfletos informativos bilíngues é uma realização da UFT por meio do Comitê Local de Ações Afirmativas de Tocantinópolis presidido pelo professor Nonato Câncio e com apoio de professores indígenas e de pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult) e foi desenvolvido a arte pela Superintendência de Comunicação (Sucom). Os panfletos encontram-se em fase de impressão, e, posteriormente serão entregues nas aldeias indígenas.

A ação é uma parceria do MPT, da Justiça do Trabalho, da UFT Tocantinópolis por meio da Direção do Câmpus de Tocantinópolis, do Comitê Local de Ações Afirmativas de Tocantinópolis, professoras do Colegiado de Ciências Sociais; do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Cultura e Território (PPGCult) da UFT de Araguaína, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do polo Tocantinópolis da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) que é vinculada ao Ministério da Saúde (MS) -, da Associação União das Aldeias Apinajé (Pempxà) e Conselho Indigenista Missionário (Cimi). Além de contar com participação de lideranças como o cacique da aldeia São José Xáj Apinajé.

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