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Bem-te-vi

Título: Bem-te-vi
Autor: Ernesto Silva
Coleção: Literatura Tocantinense
Ano de publicação: 2015
Área/Sub-área: Literatura / Contos
Valor: R$ 30,00 (ou em box com outros quatro livros da Coleção Literatura Tocantinense por R$ 100,00)

Sinopse:

Uma historieta aqui, uma anedota ali, outra quixotice acolá. Sem titubear, o autor bamburra na lavra de almas insólitas das veredas e dos sertões de um recorte do Brasil. A fisgada certa ao contado em rodas de amigos, jorrado feito fervedouro d’água, vastidões de experiências pessoais, trazidas em relatos despretensiosos por cada persona de origem interiorana com mais de trinta. Nesse terreno, o teor universal que traz a auxiliar de serviços gerais. Sua melancolia durante o cigarro que a ajuda a queimar os excessos de narrativa não processados. Muitas delas, escondidas nos recônditos ermos de uma alma vendada-e-vendada no esmero de solidões gerais que, acessadas, se tornam dignas de contadores em nobreza emparelhada a Miguel Cervantes, Gabriel García Márquez, Machado de Assis. Eis a matéria prima de Ernesto Silva na construção desse Bem-te-vi. Samarica, Dão Tatalo, Baltazar, Tõe, Serafim Correia do Espírito Santo, Almerindo, Seu Antenor, o Briguello, personagens todos, fantasiados de forma tal, que colocam em risco a lógica e a lucidez das convenções urbanas. Bem-te-vi pega a geografia do coração da terra e o relevo da alma de suas histórias e, pleonasticamente, funde. Espontâneo, transforma drama em humor e vice-versa, aboio em liberdade e vice-versa, ficção em realidade (nessa ordem) e vice-versa.

Sobre o autor: Nascido em Patos de Minas, no ano de 1973, Ernesto Silva retorna ao povoado de Brejo Bonito dois dias depois para viver a infância mesclado à natureza de encanto e prodígio do lugar. Os raros momentos em que a avó materna soltava os cabelos e assumia semblante bugre foram, por assim dizer, o adubo orgânico da formação do contista. Numa época em que as dinastias mineiras suspiravam e cediam lugar à ascensão individual, as fazendas do pai ofereciam a liberdade. As invernadas. Lombo de cavalos e mulas, boiadas e passarinhos. A vara de ferrão! Rédeas e esporas conduzindo por vezes, a própria vida, já, tenro, num anseio de solidão. Sem recorrer ao que se chama fatalidade, tudo isso foi molde para um adulto que chega, em 2009, num Tocantins interiorano, que mantinha o mesmo mundo da sua infância. A natureza viva, o cerrado, o sertão, as ruas de terra, as vendas com balcão de madeira ensebado, o silêncio de meio dia, e até as canastras trançadas em dorso de muar. Tudo, inclusive o experimento prático do sonho de ser professor. Porém, uma diferença básica: a revelação do mundo e suas exigências já viera na bagagem. Tem hora que a vida se faz casmurra. E daí a convicção do voo que cumpre à Arte: o sisudo, por si só, não basta. Da criança ao homem, apenas a responsabilidade. O resto continua o mesmo pasto.

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