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empoderamento

Encrespa Arraias promove valorização da cultura negra nesta sexta e sábado

Por Daniel dos Santos | Publicado: Quinta, 20 de Abril de 2017, 20h30 | Última atualização em Quinta, 20 de Abril de 2017, 20h40

Nesta sexta (21) e sábado (22), será realizado o Encrespa Arraias. O objetivo do movimento é promover o empoderamento da comunidade negra através do auto-conhecimento, reconhecimento e valorização das características que identificam os pertencentes à cultura negra. A programação ocorre no Câmpus Buritizinho a partir das 17h30 e conta com mesas redondas, rodas de conversas, oficinas, desfiles e sarau cultural. Organizado pelo Movimento Ocupa UFT Arraias, que possui entre seus integrantes estudantes de todos os cursos do Câmpus, o projeto é inspirado e segue o mesmo modelo que foi realizado no Câmpus de Miracema por integrantes do Encrespa Miracema e Ocupa Miracema.

A estudante de Pedagogia, Eliane Teixeira, é uma das integrantes do Ocupa Arraias, e explica que trazer isso para a cidade é fortalecer a cultura negra e fazer com que as pessoas se reconheçam como negro e pertencentes à cultura. "O nosso câmpus é composto mais da metade por negros. A gente precisa trabalhar isso não só na universidade, mas também na comunidade para fortalecer esse legado cultural do negro".

Eliane acrescenta que as pessoas não precisam se enquadrar nos padrões que a sociedade impõe e que elas precisam se libertar disso. "Quando a gente fala 'encrespa', a gente fala de cabelo, corpo e identidade. Aos poucos, cada vez mais você percebe meninas com cabelos com tranças, cabelos black, cabelo natural. A ideia é mostrar que você pode usar roupa e cabelo do jeito que você quiser".

O que é o Encrespa?

O projeto surgiu a partir da necessidade de resgatar a memória e a luta dos povos africanos no Brasil, uma vez que a cultura afro-brasileira é parte constituinte da memória e da história do país, e é representado por parte significativa da população que por mais de trezentos anos foram vítimas de um Estado escravista, constituído por um discurso excludente que estimulou, ao longo da história, conceitos de nacionalidade que determinaram um discurso cultural distante da realidade multicultural do país, principalmente da influência africana. Assim a identidade negra no Brasil vem sendo construída historicamente em uma sociedade que padece do mito da democracia racial. Nesse sentido, a valorização dada ao cabelo é mais do que uma questão de estética, mais sim uma questão identitária, já que ele possibilita a construção social, cultural, política e ideológica. E busca romper com o modelo que prima por um ideal de beleza europeu e branco que nega a estética negra em um país inegavelmente miscigenado.

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