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Abertura do I Seminário Desafios Indígenas da UFT discute as relações interétnicas no Tocantins

Por Zeus Bandeira e Daniel dos Santos | Publicado: Terça, 19 de Abril de 2016, 16h33 | Última atualização em Terça, 13 de Setembro de 2016, 14h01

Para debater as ações afirmativas dos acadêmicos indígenas da Universidade Federal do Tocantins (UFT), o I Seminário Desafios Indígenas da UFT, teve seu ato de abertura na manhã desta terça-feira (19) lembrando o dia do Índio com a primeira mesa de debate, onde foram discutidas as relações interétnicas no Tocantins. Na ocasião estavam presentes acadêmicos indígenas da UFT, professores antropólogos e representantes de movimentos sociais indígenas.

A professora Reijane Pinheiro, que compôs a mesa de abertura, explica que o debate se faz necessário para que se coloque em pauta a realidade dos povos indígenas no Tocantins, trazendo os impactos culturais que são causados às sete etnias que habitam o estado. "Precisamos discutir a causa indígena para que políticas públicas possam ser pensadas para que a universidade acolha não só os povos mas tudo aquilo que eles representam: suas tradições, seus costumes, sua língua-mãe e principalmente suas origens" explica Pinheiro.
I Seminário Desafios Indígenas
E não é de hoje que esses debates são cobrados. Os povos indígenas formam um dos segmentos sociais brasileiros que mais têm cobrado do Estado políticas de ações afirmativas com vista a combater a histórica exclusão e desigualdade social, econômica e política. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), em 2011, eram 3.540 indígenas matriculados nas Instituições de Ensino Superior (IES) do país, hoje eles já somam mais de 5.000 alunos.

A ex-aluna do curso de medicina Wilse Tapajós, que se graduou na UFT em 2013, conta que devido a muitos de seus amigos que também são indígenas enfrentarem até hoje muitas dificuldades para conquistar o diploma, eles começaram a formar alguns grupos para debater as suas ações afirmativas. "O debate surge a partir de quem entra e quem consegue sair [da universidade], pois nós conhecemos os desafios que são enfrentados e com o Seminário de Desafios Indígenas temos espaço para trazer essas questões como pauta" comenta Tapajós.

Atualmente mais de 8 mil indígenas encontram-se matriculados e estudando nas IES federais, estaduais e privadas do País, dos quais 3 mil são professores indígenas em formação em 26 cursos superiores de Licenciatura Intercultural. Mesmo antes das cotas entrarem em vigor, a UFT já determinava cotas para indígenas em seus processos seletivos antes da decisão da presidência. "Há sete povos indígenas no estado, e a UFT sempre se preocupou em democratizar o acesso desses povos na universidade e mais do que isso, planejar os auxílios para garantir a permanência dos alunos indígenas na UFT" complementa o reitor Prof. Márcio Silveira.

A programação do I Seminário Desafios Indígenas da UFT segue nesta tarde às 14h30, com discussão a respeito das questões sobre território e impactos ambientais, com o antropólogo do Ministério Público Federal (MPF), Márcio Martins, o professor Cleube Silva, além de representantes da Funai.

No dia 20 de abril, às 9h ocorre a discussão sobre educação indígena com os professores Odair Giraldin, Doracy Morais e Adriano Castorino e o estudante Ivan Guarany. Às 14h30, terá uma mesa com profissionais indígenas egressos da UFT e de outras instituições de ensino do Tocantins, mediados pela professora Sandra Alberta, para falar dos desafios de permanência na universidade, dificuldades encontras, entre outras questões.

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